Karma é uma palavra que caiu no gosto popular. Todos se
referem a ela quando algo de mal ocorre em suas vidas ou na vida de alguém, na
tentativa de explicar os motivos de sua ocorrência. Segundo tal entendimento
popular, se alguém faz algo contra alguma pessoa, tal atitude gera resultados
negativos para ela própria, que sofre as consequências de seu ato. Seria uma
espécie de pagamento pelo mal que cometeu.
Existe apenas uma meia verdade nesta explicação. De fato,
somos responsáveis por absolutamente tudo o que fazemos, de bom e de mau. Mas a
lei do karma não pode ser vista apenas em seu aspecto de cobrança pelos nossos
atos. Como todas as leis que regem nosso planeta, essa também deve ser observada
em seu aspecto mais profundo.
A palavra karma é de origem sânscrita, e significa ação.
Fazendo um paralelo com a física, mais especificamente com a 3ª Lei de Newton,
seria: “Para toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade”.
Isso, de certa forma, corrobora o entendimento comum da lei do karma, mas
necessitamos buscar mais atentamente os objetivos desse fenômeno.
Ele foi estudado por culturas bastante antigas, como a hindu
e a budista. Mais recentemente, foi incorporado pelo espiritismo. Segundo tais
tradições, qualquer ato, por mais insignificante que seja, retorna a quem o
cometeu. Tal retorno poderia ocorrer não só na vida atual, mas também em
futuras, uma vez que crêem na reencarnação.
E por que eu digo que há apenas meia verdade na crença de
que sofrimento gera sofrimento? É porque, tomando o exemplo do que diz Sri Prem
Baba (cujo link do site está aí ao lado, nos recomendados), o karma não é uma
dívida de sofrimento, mas uma dívida de entendimento. Os efeitos gerados por
nossas más ações não têm por objetivo fazer-nos sofrer pura e simplesmente, mas
sim entender os motivos pelos quais devemos evitar agir daquela maneira.
Desta forma, quando a doutrina espírita diz que vivemos em
um planeta de expiações e provas, ela está corretíssima, mas tanto as provas
quanto as expiações ocorrem com o fim de nos melhorar. Se o nosso
aperfeiçoamento ocorre sem sofrimento, ainda melhor. Caso contrário,
necessitamos sofrer ao menos para, em tese, refletirmos sobre aquilo que fizemos.
Infelizmente, ignorantes e desatentos que somos, quase sempre só aprendemos com
a dor. Segundo Eckhart Tolle, "o sofrimento é o fogo onde o ego se queima".
Já falei aqui
sobre a auto responsabilidade, que estamos
exatamente onde nos colocamos. E isso tem tudo a ver com o karma. Prem Baba
costuma dizer que o karma é como a pessoa que convidamos para ir a nossa casa,
mas nos esquecemos do convite. No dia e hora marcados, ele aparecerá. Nós fizemos
o convite e o convidado apareceu, exatamente como o combinado, mas já não
estávamos conscientes disso. O mesmo acontece com o resultado de nossas ações.
Trata-se de uma lei mecânica que somente será interrompida se aprendermos a
lição, por bem ou por mal.
Outro aspecto interessante é que, se não conseguimos extrair
de uma situação de sofrimento a lição correspondente, ela vai se repetir até
que consigamos compreender o porquê. O mais inteligente, então, é refletirmos sobre
os motivos que nos levam a viver uma e outra vez os mesmos dissabores. Há padrões
que se repetem em nossas vidas. Se você não sabe o que veio fazer aqui neste planeta,
observe esses padrões e saberá que ali está o que tem que aprender.
Eu te proponho uma prática. Procure se lembrar das questões
problemáticas que se repetem na sua vida. Comece pelas grandes. Pode ser rejeição,
violência, solidão, pobreza, depressão ou qualquer outra que te incomode. O que
a existência está querendo te mostrar com isso? Quais são os seus
comportamentos que fazem com que você caia sempre no mesmo buraco, mesmo
sabendo que ele está naquela tão conhecida esquina de sua existência? Não seria
melhor mudar de rua ou, ao menos, o lado da calçada?
Precisamos estar conscientes de nossos atos. Não caia nas
armadilhas da mente, que sempre nos leva a adotar os mesmos padrões
comportamentais e, por consequência, colher os mesmos frutos.
Comece hoje a agir de maneira diferente. Inicie agora uma
transformação na sua vida, rejeitando aquilo que te faz sofrer. Mas faça isso
sem piedade de seus pequenos egos, que para continuarem existindo necessitam do
seu sofrimento. Aquilo que você é, na essência, não precisa deles. Ao
contrário, o objetivo é fazer o possível para se libertar dessas cargas
desnecessárias.
Use a lei da ação e reação a seu favor. Aprenda com ela e cultive
somente flores em seu caminho. Sua vida se transformará em uma eterna
primavera!
o carma realmente é cármico!!!
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