sexta-feira, 21 de agosto de 2015

É karma!



Karma é uma palavra que caiu no gosto popular. Todos se referem a ela quando algo de mal ocorre em suas vidas ou na vida de alguém, na tentativa de explicar os motivos de sua ocorrência. Segundo tal entendimento popular, se alguém faz algo contra alguma pessoa, tal atitude gera resultados negativos para ela própria, que sofre as consequências de seu ato. Seria uma espécie de pagamento pelo mal que cometeu.

Existe apenas uma meia verdade nesta explicação. De fato, somos responsáveis por absolutamente tudo o que fazemos, de bom e de mau. Mas a lei do karma não pode ser vista apenas em seu aspecto de cobrança pelos nossos atos. Como todas as leis que regem nosso planeta, essa também deve ser observada em seu aspecto mais profundo.

A palavra karma é de origem sânscrita, e significa ação. Fazendo um paralelo com a física, mais especificamente com a 3ª Lei de Newton, seria: “Para toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade”. Isso, de certa forma, corrobora o entendimento comum da lei do karma, mas necessitamos buscar mais atentamente os objetivos desse fenômeno.

Ele foi estudado por culturas bastante antigas, como a hindu e a budista. Mais recentemente, foi incorporado pelo espiritismo. Segundo tais tradições, qualquer ato, por mais insignificante que seja, retorna a quem o cometeu. Tal retorno poderia ocorrer não só na vida atual, mas também em futuras, uma vez que crêem na reencarnação.

E por que eu digo que há apenas meia verdade na crença de que sofrimento gera sofrimento? É porque, tomando o exemplo do que diz Sri Prem Baba (cujo link do site está aí ao lado, nos recomendados), o karma não é uma dívida de sofrimento, mas uma dívida de entendimento. Os efeitos gerados por nossas más ações não têm por objetivo fazer-nos sofrer pura e simplesmente, mas sim entender os motivos pelos quais devemos evitar agir daquela maneira.

Desta forma, quando a doutrina espírita diz que vivemos em um planeta de expiações e provas, ela está corretíssima, mas tanto as provas quanto as expiações ocorrem com o fim de nos melhorar. Se o nosso aperfeiçoamento ocorre sem sofrimento, ainda melhor. Caso contrário, necessitamos sofrer ao menos para, em tese, refletirmos sobre aquilo que fizemos. Infelizmente, ignorantes e desatentos que somos, quase sempre só aprendemos com a dor. Segundo Eckhart Tolle, "o sofrimento é o fogo onde o ego se queima".

Já falei aqui sobre a auto responsabilidade, que estamos exatamente onde nos colocamos. E isso tem tudo a ver com o karma. Prem Baba costuma dizer que o karma é como a pessoa que convidamos para ir a nossa casa, mas nos esquecemos do convite. No dia e hora marcados, ele aparecerá. Nós fizemos o convite e o convidado apareceu, exatamente como o combinado, mas já não estávamos conscientes disso. O mesmo acontece com o resultado de nossas ações. Trata-se de uma lei mecânica que somente será interrompida se aprendermos a lição, por bem ou por mal.

Outro aspecto interessante é que, se não conseguimos extrair de uma situação de sofrimento a lição correspondente, ela vai se repetir até que consigamos compreender o porquê. O mais inteligente, então, é refletirmos sobre os motivos que nos levam a viver uma e outra vez os mesmos dissabores. Há padrões que se repetem em nossas vidas. Se você não sabe o que veio fazer aqui neste planeta, observe esses padrões e saberá que ali está o que tem que aprender.

Eu te proponho uma prática. Procure se lembrar das questões problemáticas que se repetem na sua vida. Comece pelas grandes. Pode ser rejeição, violência, solidão, pobreza, depressão ou qualquer outra que te incomode. O que a existência está querendo te mostrar com isso? Quais são os seus comportamentos que fazem com que você caia sempre no mesmo buraco, mesmo sabendo que ele está naquela tão conhecida esquina de sua existência? Não seria melhor mudar de rua ou, ao menos, o lado da calçada?

Precisamos estar conscientes de nossos atos. Não caia nas armadilhas da mente, que sempre nos leva a adotar os mesmos padrões comportamentais e, por consequência, colher os mesmos frutos.
Comece hoje a agir de maneira diferente. Inicie agora uma transformação na sua vida, rejeitando aquilo que te faz sofrer. Mas faça isso sem piedade de seus pequenos egos, que para continuarem existindo necessitam do seu sofrimento. Aquilo que você é, na essência, não precisa deles. Ao contrário, o objetivo é fazer o possível para se libertar dessas cargas desnecessárias.


Use a lei da ação e reação a seu favor. Aprenda com ela e cultive somente flores em seu caminho. Sua vida se transformará em uma eterna primavera!


Um comentário:

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