segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Ainda sobre o karma



Já escrevi aqui, há pouco tempo, sobre o karma. Mas considerando o grande interesse que o tema gerou, decidi por aprofundar um pouco mais na questão. O tema é complexo e interessante, e deve ser encarado por todos aqueles que já têm a capacidade de questionar seus próprios comportamentos.

Inicio repetindo que karma não é uma dívida de sofrimento, mas uma dívida de entendimento. Não é necessário que soframos para que nos libertemos do karma, mas infelizmente não é isso que ocorre normalmente. Via de regra, precisamos passar por situações desagradáveis para iniciarmos uma reflexão sobre aquilo que devemos mudar em nossas vidas.

Indo um pouco além, gostaria de esclarecer que o karma não é um resultado de nossas ações. Isso pode parecer ir contra tudo aquilo que você já leu sobre o tema ou mesmo contradizer aquilo que eu disse antes. Mas a verdade tem diversas camadas, e estou apresentando a você uma mais profunda. Repito: o karma não surge como consequência de uma ação ou omissão sua.

Isso seria vingança.

Mas então, como ele é criado? Desde muito cedo aprendemos que, se formos boas pessoas, caridosas, honestas, respeitosas, etc, seremos salvos. O contrário também é verdadeiro, pois se formos desonestos, egoístas, desrespeitosos ou descrentes, seremos condenados. Outras doutrinas, tanto cristãs como não cristãs, repetem, com outras palavras, essa lei de causa e efeito que seria crucial para determinar a nossa vida futura, seja a partir do dia do julgamento ou em outra encarnação.

O que ocorre é que o karma não depende de nossas atitudes, positivas ou negativas. O que conta, na verdade, são os nossos padrões de pensamentos e as nossas correntes de pensamentos.

De maneira muito resumida, poderíamos dizer que qualquer corrente de pensamento ou padrão de pensamento em que você esteja paralisado, é karma. E isso pode ser utilizado em qualquer área ou dimensão de sua vida. Todo padrão mental que não esteja te trazendo prosperidade, saúde, felicidade, é karma. Mais profundamente, tudo o que não te permite alcançar a sua realização última – chamada por muitos de iluminação – é karma.

domingo, 30 de agosto de 2015

Olhai os lírios do campo




"Olhai como crescem os lírios do campo. Eles não fiam nem tecem.
 Eu, contudo, vos asseguro que nem Salomão, em todo o esplendor 
de sua glória, vestiu-se como um deles."

Quase todos conhecem a passagem acima. Para quem não conhece, essas palavras estão na Bíblia. O próprio Jesus Cristo as proferiu. Mas a que estava querendo se referir? Se eu pudesse resumir tudo o que disse em uma palavra, diria: confiança.

Na verdade, confiamos em pouca coisa nos dias de hoje. Sempre andamos desconfiados dos outros, das situações, das mentiras, das tentativas de nos passarem a perna. E daí nos fechamos contra tudo e todos.

Em que confiamos? Nos amigos, parentes, marido, esposa, instituições, valores? A resposta é que até podemos ter algum grau de confiança em qualquer um deles, mas só há uma coisa em que depositamos nossa confiança absoluta: no dinheiro. Cremos que ele vai nos proteger e garantir nossas necessidades. O deus dinheiro é o único capaz de transformar nossos sonhos em realidade, nossa tristeza em alegria. Diante disso, merece culto.

Vivemos em um mundo regido por diversas leis. Uma delas é a lei do pagamento. De acordo com essa lei, as coisas por aqui são conquistadas através de sacrifício. Todos temos que pagar algo para obter o que desejamos. E como o dinheiro é aquilo que compra aparentemente tudo, todos os nossos esforços são no sentido de obtê-lo.

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Dormindo com o inimigo



Existe muito pouca gente satisfeita com seus relacionamentos afetivos. É só olhar em volta pra perceber que, na maioria das vezes, o outro é referido com um tom de enfado, como se fosse um sacrifício permanecer ao seu lado. O remédio para resolver tal situação, quase sempre, é mudar de parceiro(a). Isso até que funciona por um tempo, mas tudo volta a ocorrer como antes, até que a pessoa desiste de encontrar o par perfeito e se contenta, infeliz, com aquele a quem lhe coube dividir a existência.

O que as pessoas não percebem é que não dá pra amar o outro ou a outra se a gente não tem um pingo de amor próprio, de autoestima, de felicidade ao olhar no espelho. Cheios de frustrações e traumas que somos, não perdoamos o outro por não poder suprir nossas carências ou curar nossas feridas. Sendo assim, o consideramos culpado pela nossa desarmonia. Acreditamos, literalmente, que estamos dormindo com o inimigo.

Tornou-se quase um chavão dizer que a gente tem que se sentir feliz sozinho, para então se aventurar na busca da outra metade da laranja. O que ninguém nunca nos explicou é como resolver a primeira parte da equação. E como não queremos passar o resto da vida solitários, até que uma luz vinda de não sei onde ilumine as nossas sombras, vamos viver o “sonho a dois” desse jeito mesmo, lambendo as feridas e buscando ajuda na pessoa que, quase sempre, vive a mesma situação que nós mesmos.

Bem, aí as coisas podem funcionar de maneiras diversas. Quando as almas que se encontram são um pouco mais conscientes, é possível que o relacionamento seja um ponto de apoio para que cada um, individualmente, possa se entender melhor, visualizando no outro as suas próprias dificuldades. E ter que lidar com as nossas dores enquanto ajudamos o outro nas suas também pode ser proveitoso, já que tira o foco do nosso ego e nos força agir de maneira mais tolerante e compassiva.

Mas se o casal é formado por pessoas cujos sentimentos ainda estão no nível do egoísmo, a relação se transforma em uma agressão energética recíproca. E aquilo que começa como admiração e respeito se transforma em ódio e ressentimento, exatamente pelos mesmos motivos que fazem o afogado levar ao fundo, consigo, a pessoa que está mais próxima, ainda que essa seja a sua potencial salvadora. Não se trata de maldade, mas de carência.

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Nós e os Porcos do Rodoanel



No dia em que ocorreu o tão falado acidente no Rodoanel, em São Paulo, envolvendo um caminhão que levava 110 porcos para um frigorífico, pensei em escrever minhas impressões a respeito do ocorrido. No entanto, ao perceber o tamanho da repercussão, preferi não encher ainda mais a internet com mais do mesmo. Passados alguns dias, mudei de opinião, embora ainda corra o risco de parecer repetitivo e, pior, atrasado. Não tem problema.

O que me fez decidir por escrever foi apresentar um pequeno contraponto acerca do que dizem algumas pessoas, especialmente em comentários de sites de notícias, ao analisar de maneira rasa e irrefletida o que aconteceu anteontem.

Não vou me estender no tema do genocídio em curso em nosso planeta, que vitima bilhões de animais não humanos em quase todos os países do mundo. Não vou também falar sobre a desnecessidade do consumo da carne, uma vez que para esses assuntos necessitaria de uma quantidade muito maior de linhas, o que desfiguraria meus modestos objetivos. Atenho-me, portanto, a analisar criticamente os fatos.

Bem, às 03 horas e 40 minutos do último dia 25 de agosto, um caminhão tombou no trecho oeste do Rodoanel em Barueri/SP, próximo à saída para a Rodovia Castello Branco. Proveniente de Uberlândia/MG, transportava pouco mais de uma centena de porcos, com destino à cidade de Carapicuíba, no interior de São Paulo, mais precisamente a um frigorífico matadouro onde os porcos seriam mortos.

Às 10 horas e 40 minutos, isto é, 7 horas após o acidente, iniciou-se a retirada dos animais do caminhão. Dentre outras maneiras utilizadas para retirar a “carga”, alguns porcos eram puxados por tratores, através de cordas amarradas em seus pescoços. Muitos deles, durante esse processo, perdiam as patas, arrancadas por pedaços de ferro. O destino era outro caminhão, que iria retomar o transporte para o frigorífico.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Nos vendemos barato



Cipriano é um trabalhador. Acorda todos os dias às 6 da manhã, toma um banho, engole um café com pão e se mete dentro de um terno enquanto caminha até a porta de seu apartamento. Dá tchau pro cachorro e se vai pelo elevador cheirando a mofo. Chega à garagem e sai em seu carro, para enfrentar 1 hora e 20 minutos de engarrafamento – se tudo der certo, até o emprego que odeia.

Respira fundo antes de entrar na grande sala que divide com umas 50 pessoas, cada uma em seu cubículo sua estação de trabalho. Conhece, no total, umas cinco pessoas, com quem conversa eventualmente sobre a partida do fim de semana ou o último caso de corrupção no Governo. Seu trabalho é revisar planilhas de custo e elaborar relatórios sobre os gastos da companhia. Isso lhe toma 8 horas todos os dias. Somando-se a isso as quase três horas de deslocamento, se-a-marginal-não-fechar, chegará em casa por volta das 8 horas da noite.

A partir desse horário, Cipriano é senhor da sua vida. Quase sempre prepara comida pronta no micro-ondas e liga a TV, para ver o noticiário. Muda da Band para o SBT e daí para a Globo. Quando o gatonet funciona, consegue assistir a Globonews e a algum filme pornô antes de dormir. E dorme cedo, pois no outro dia terá que levantar novamente às 6 da manhã.

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Se você estivesse em outro planeta




Se você fosse transportado para outro planeta, habitado por uma civilização completamente diferente, com outros corpos, outra cultura, outras leis morais, físicas e espirituais. Um mundo no qual ninguém imaginasse o que é o ser humano ou como é a vida na Terra. Talvez você fosse levado a um Conselho de Dirigentes daquele povo, para explicar como é a vida no nosso planeta. Acredito que uma das primeiras perguntas que te fariam seria:

- O que é o ser humano?

O que você responderia? Bem, pra começar acho que uma resposta seria que é um ser composto por cabeça, tronco e membros, que nasce de uma fêmea, após a concepção que conta com a participação de um macho da espécie. Que tem pensamentos, sentimentos, ambições, esperanças, desilusões e tristezas. Que anda pelas ruas das grandes cidades atrás do seu sustento. Que trabalha oito horas por dia e, nos fins de semana, senta-se na frente de um aparelho chamado televisão, para assistir histórias de outros seres humanos, com as mesmas características fundamentais.

Talvez os representantes do povo do outro planeta se entreolhassem e pacientemente explicassem que pode ser que você não tenha entendido a pergunta. Na verdade – diriam eles – nós gostaríamos de saber o que vocês são, não o que fazem.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Despeça o carcereiro!



Existe uma dimensão em todos nós que é a responsável por nos manter na prisão deste mundo tridimensional. Você pode argumentar que essa não é a sua realidade, que você é completamente livre. Pode citar inclusive suas viagens pelo mundo ou a liberdade que tem para se expressar, para ir e vir. O problema é que você faz tudo isso dentro de uma prisão. É como imaginar um pássaro encarcerado em uma gaiola no meio da mata. Ele tem todo o potencial para ser livre, mas acredita não poder. Por que não quer.

A porta da gaiola está aberta, mas ele não sai. Tem medo!

A porta da sua gaiola também está aberta. Sempre esteve. Mas você se recusa a sair porque além de ser o preso, é também o carcereiro. É desta dimensão que te aprisiona a que me refiro. São nossos condicionamentos, transmitidos de geração a geração, que te fazem sentir-se culpado, desajustado, incompleto. É aquela melancolia que nos é tão familiar, estando no banheiro de casa ou aos pés da torre Eiffel.

E quem ou o quê nos aprisiona?

Bem, para entender todo o processo, devemos refletir um pouco sobre o tempo. Sim, o tempo do relógio, que nunca para e que nunca alcançamos. O relógio sempre a reclamar nossos cuidados, nos fazendo ter pressa, nos fazendo fatiar a realidade em pequenas frações de segundos ou minutos. Que nos faz morrer sem dar-nos a chance de entendermos a razão pela qual viemos, permanecemos e nos despedimos deste mundo. É aí, na ilusão do tempo, que encontraremos a razão do nosso aprisionamento.I

Em primeiro lugar eu te pergunto: o que é o tempo? O entendimento geral é que é a forma de medir a sucessão de fenômenos naturais, como a volta que o nosso planeta dá ao redor de si ou ao redor do sol. Ao primeiro se dá o nome de dia, ao último, ano. A partir disso, fomos subdividindo os anos em meses, semanas, dias, horas, minutos e segundos. Assim, nos restou a percepção de que aquilo que não é passado, é futuro. Após a passagem de um segundo, logo vem outro, e mais outro, e um terceiro, em um ritmo infinito de ponteiros que não te permitem perceber que o único “tempo” que existe não está no milionésimo de segundo que já se foi, tampouco no que chega, mas além de qualquer tentativa de medir a existência.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

É karma!



Karma é uma palavra que caiu no gosto popular. Todos se referem a ela quando algo de mal ocorre em suas vidas ou na vida de alguém, na tentativa de explicar os motivos de sua ocorrência. Segundo tal entendimento popular, se alguém faz algo contra alguma pessoa, tal atitude gera resultados negativos para ela própria, que sofre as consequências de seu ato. Seria uma espécie de pagamento pelo mal que cometeu.

Existe apenas uma meia verdade nesta explicação. De fato, somos responsáveis por absolutamente tudo o que fazemos, de bom e de mau. Mas a lei do karma não pode ser vista apenas em seu aspecto de cobrança pelos nossos atos. Como todas as leis que regem nosso planeta, essa também deve ser observada em seu aspecto mais profundo.

A palavra karma é de origem sânscrita, e significa ação. Fazendo um paralelo com a física, mais especificamente com a 3ª Lei de Newton, seria: “Para toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade”. Isso, de certa forma, corrobora o entendimento comum da lei do karma, mas necessitamos buscar mais atentamente os objetivos desse fenômeno.

Ele foi estudado por culturas bastante antigas, como a hindu e a budista. Mais recentemente, foi incorporado pelo espiritismo. Segundo tais tradições, qualquer ato, por mais insignificante que seja, retorna a quem o cometeu. Tal retorno poderia ocorrer não só na vida atual, mas também em futuras, uma vez que crêem na reencarnação.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Por que isso só acontece comigo?



Tem dia que é foda fogo!

Aliás, tem períodos que parece que nada dá certo. Parece que a vida está jogando contra, tamanha é a quantidade de problemas que nos atingem. Chegamos ao ponto de achar que nascemos para sofrer e que não merecemos ser felizes, prósperos ou realizados. De fato, há determinadas situações que nos atingem de tal maneira que nos tiram a fé e a esperança em dias melhores.

Mas será que a sua vida é tão ruim assim? Já escrevi em outro post que não devemos transformar nossas dificuldades em problemas, que é o que ocorre quando agregamos uma carga emocional aos percalços da vida. Costumamos consumir grande parte de nossa existência imaginando situações hipotéticas que, se ocorrerem, tornarão nossas vidas mais difíceis. Nem sempre elas se concretizam e perdemos nosso valioso tempo por nada.

Se você é uma das pessoas para quem as coisas dão errado com frequência, tenho uma boa e uma má notícia: a boa é que você pode melhorar bastante a sua vida de maneira muito simples. A má é que há determinados desafios que temos que passar por força de nosso karma. Mas ainda que este seja o caso, tais desafios, se cumprem seus objetivos, nos impulsionam na direção de uma compreensão maior sobre as coisas da vida.

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Não é por acaso que você vai ler este post



Sabe aquela coincidência que ocorreu em sua vida, totalmente inesperada e inexplicável? Pode ser uma pessoa que você procurava há tempos e que, de repente, surge do nada. Ou a resposta de um dilema que te atormentava, que surgiu em uma música que você ouviu na rua, ou na conversa do casal ao lado. Há momentos como esses em nossas vidas que são inexplicáveis, mas que guardam uma importância muito grande para quem os vive. E houve um estudioso que buscou desvendar tais mistérios. Trata-se de Carl Gustav Jung, que deu o nome de sincronicidade a esses fenômenos.

Segundo Jung, sincronicidade é a “simultaneidade de dois acontecimentos interiores e exteriores, de um modo que não é possível explicar, mas que tem certo sentido para a pessoa que observa”. Trocando em miúdos, é uma situação que, embora seja improvável, acontece e traz sempre uma carga simbólica muito grande para quem a experimenta. Alguns chamam esses eventos de sorte, outros casualidade. Há também quem os chame de magia.

Acontecimentos como esses, embora raramente estejamos atentos para observá-los, ocorrem com frequência.  A existência está permanentemente nos indicando caminhos menos espinhosos. O problema é que não estamos atentos para perceber. Por isso é tão importante praticarmos a “atenção plena”, também conhecida por muitos outros nomes. O mais famoso talvez seja o termo em inglês “Mindfulness”, que propõe que fiquemos, o maior tempo possível de nossos dias, com a atenção voltada ao momento presente, numa atitude aberta e não-julgadora.

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Manifestações Conscientes



Em tempos de manifestações que sacodem o Brasil de norte a sul, gostaria de escrever algumas poucas linhas a respeito do que julgo ser a questão mais importante, embora não tenha visto sequer uma faixa nas ruas ou uma linha nos jornais, revistas e sites que cobriram o evento, que tratasse disso que eu julgo tão relevante.

Tenho que começar dizendo que também faço parte da grande maioria dos brasileiros que estão indignados com a corrupção. Ver o nosso país ser alvo de quadrilhas especializadas em espoliar o que é do povo brasileiro nunca é bom, e devemos lutar contra isso. Mas acho que devemos ampliar o rol das providências necessárias. Não podemos deixar a responsabilidade somente nas mãos da Polícia, do Ministério Público ou da Justiça, embora eles estejam fazendo muito bem o que lhes toca. Mas eles não podem tudo.

Da mesma forma, sacar um presidente da república do trono pode até ser um remédio que acalme as massas, e a curto prazo pode até dar algum resultado. O problema é que sabemos que nosso país é carente de líderes capazes de catalisar um movimento que nos distancie daquilo que temos visto todos os dias na tela de nossas TVs ou nas páginas de nossos periódicos. E não podemos desgastar tanto as nossas instituições para trocarmos seis por meia-dúzia.

sábado, 15 de agosto de 2015

Feliz Dia do Solteiro, ou nem tanto




Estive durante todo o dia de hoje em um workshop com Sri Prem Baba, que é um cara muito legal que tem falado sobre relacionamentos, meio ambiente e diversas outras coisas que valem uma reflexão. E como hoje é o Dia do Solteiro, aproveito o gancho para falar sobre essa condição, escolhida ou imposta, que tem trazido muitas frustrações para homens e mulheres de todo o mundo.

Em primeiro lugar, é certo que todo o ser humano, com raríssimas exceções, busca se relacionar com outro de sua espécie. Vivemos em um plano de existência onde o entendimento de muitos de nossos dilemas somente é possível através da experiência do relacionamento. Utilizamos, na maioria das vezes, o outro como um espelho de nós mesmos, e assim conseguimos – ou pelo menos essa é a idéia – nos enxergar um pouco mais.

Na verdade, o ser solteiro, cuja condição é celebrada no dia de hoje, na maioria das vezes é um estado profundo de tristeza. Quase nunca a pessoa escolhe não se relacionar. Ao contrário, o que gera isso é a incapacidade de compartilhar, com o outro, aspectos de sua vida ou de sua personalidade que lhe parecem vergonhosos, indignos. A intimidade somente vai até o sexo descompromissado. Só é aberta a primeira página do livro da vida para a outra pessoa. Nada mais é permitido.

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Legalize já?




Hoje, o Supremo Tribunal Federal inicia o julgamento sobre o porte de drogas no Brasil. Essa é uma discussão que vem sendo enfrentada em todo o mundo e aguardamos com atenção o que será decidido. Há posições apaixonadamente a favor e contra a sua liberação, mediante os mais variados argumentos.

O fato é que o ser humano busca, até onde a história pode alcançar, meios de alterar seu estado de consciência. Não é a toa que tanta gente consuma tantos e diferentes substâncias. O efeito que elas provocam é prazeroso e, de alguma forma, consegue oferecer ao usuário experiências que ele não teria se não as consumisse. Alguns alegam que se trata de uma fuga da realidade, outros afirmam que é o exercício puro e simples do direito que todos têm de eleger como querem se divertir.

A proibição de determinadas substâncias é fato relativamente novo no mundo. Para vocês terem uma ideia, na época em que foi decretada a Lei Seca nos Estados Unidos, a maconha não era proibida, o que ocorreria muito tempo depois. Há diversas teorias sobre os motivos que levaram a sua proibição. Se você tiver interesse, dê uma olhada neste artigo do Wikipedia.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Por que nos corrompemos?




Em tempos de Operação Lava a Jato, acredito que é hora de refletirmos sobre a corrupção. Não só aquela praticada por governantes ou políticos, mas a corrupção que vemos a todo o momento nas ruas, em casa, e mesmo em nossas atitudes. Creio que mais do que criar instrumentos sociais e institucionais para o combate à corrupção, devemos entender as causas que nos levam a corromper.

A palavra vem do grego corrumpere, que significa “quebrar, partir, arrebentar”. Esse significado explica os efeitos gerados pela corrupção: a destruição, não somente das chances das outras pessoas, prejudicadas por aquele ato, mas também da pessoa do corrupto, que continuamente manifesta um comportamento que é internamente auto-destrutivo.

Por que nos corrompemos? A resposta não é simples, mas alguns fatores são facilmente identificáveis. Em primeiro lugar, porque temos medo da escassez e acreditamos que precisamos acumular riquezas. Neste caso, o fim justifica os meios. E o mais interessante é que não importa a condição social ou econômica da pessoa, pois o medo de ficar pobre existe até nos que já têm mais do que o suficiente para toda uma vida de confortos. Isso fica óbvio quando vemos a prisão de um milionário acusado de corrupção. A sua situação externa pode mudar, mas internamente ele continua com os mesmos medos.

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Sete regras para a felicidade




Talvez você não conheça George Ivanovich Gurdjieff, mas ele foi um grande professor espiritual, que nasceu em 1866 (ou 1877, não se sabe), no então Império Russo. Gurdjieff falou muito sobre a auto-observação e nos benefícios que ela pode trazer a todos. Clique aqui  para saber um pouco mais sobre ele.

Bem, além de um sem-número de ensinamentos que nos legou, Gurdjieff abordou algumas regras para a felicidade. São muitas, mas listei as que considero mais importantes. Vamos a elas, em ordem decrescente:

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Quem é você?



No dia do aniversário de Gonçalves Dias, autor do poema acima, optei por escrever sobre a ideia que fazemos de nós próprios, o que nos torna, nas sábias palavras do poeta, vítimas dos "abysmos do porvir".

Quem é você neste momento? É aquele mesmo que ontem ou no dia anterior se entristecia por um objetivo não alcançado? Ou o mesmo que há poucas semanas alegrava-se por uma conquista tão esperada? Quem é você hoje?

A verdade é que somos muitos “eus” ao mesmo tempo. Um dia estamos felizes, noutro estamos tristes, noutro indiferentes. Tem dia que nos amamos e outro em que, se pudéssemos, nos despedíamos de nós mesmos. Tudo muda, inclusive a imagem que fazemos daquilo que somos, ou julgamos ser. Isso me lembra uma música de Juraildes da Cruz , na qual ele diz que pensou em fugir de si mesmo, mas onde ele ia, ele estava.

Enquanto a vida muda..., por Flávio Siqueira

domingo, 9 de agosto de 2015

O pai da vida real



Neste Dia dos Pais, gostaria de referir-me aos pais de verdade. Aqueles que, como eu, se frustram, se entristecem, falham, tornam a falhar. Esses são os pais que tivemos, temos e somos. Gostaria de louvar o papel do pai à distância, que sofre um pouquinho a cada dia a ausência forçada de seus filhos. Aquele que, embora próximo e embora tente, não tem a capacidade de se encaixar no estereótipo do pai perfeito, da propaganda matinal de sucrilhos.

Cale a boca!




Calar a boca. Esse é o melhor conselho que alguém pode dar a você. Quase sempre é bom calar a boca, para que, a partir daí, outras partes de nós possam manifestar. Nós somos viciados no falar. Estamos o tempo todo falando, quando não com os outros, mentalmente. É o dia todo, todo dia, uma tagarelice que ocupa tudo. E nos deixa estressados.

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

O leão Cecil e a histeria na internet




Há poucos dias, as páginas de internet em todo o mundo foram inundadas com notícias sobre a morte do leão Cecil, um dos mais famosos no Quênia. Chegou-nos a notícia de que ele foi abatido, por mero prazer desportivo, por um dentista norte-americano que agora paga o preço pelo seu ato. Sites, canais de TV e jornais de todo o mundo se levantaram em coro para exprimir sua indignação contra o ato bárbaro e desnecessário do caçador.

Logo em seguida, passado o primeiro momento, começaram a surgir outros posts, na contramão dos primeiros, que julgavam ser exagerada a reação do público, que estaria dando mais atenção a esta morte do que inclusive a de seres-humanos. Sob o ponto de vista dos autores, mais grave do que o assassinato do animal seria a morte dos cristãos pelo Estado Islâmico, ou das crianças abandonadas no Brasil, ou das vítimas da fome endêmica em diversos países da África. É algo a se pensar.

Ter sucesso ou ser feliz?




Todos nós, habitantes desse pequeno planeta azul que gira pelo universo, queremos ser felizes. Todos os nossos atos, certos ou errados, buscam atrair aquilo que julgamos que nos fará felizes e manter afastadas as causas que nos trazem sofrimento. Essa é uma verdade já percebida por Buda, cerca de 5 séculos antes de Cristo.

Mas pode parecer paradoxal colocar o sucesso e a felicidade em lados opostos da balança da vida. Quando pensamos no sucesso, automaticamente o associamos à felicidade, e projetamos nas pessoas bem sucedidas os nossos anseios de alcançarmos, como elas, a fama, a riqueza, a influência, o relacionamento perfeito ou o poder. Então, nossa busca passa a ser pelo sucesso, como se ele pudesse nos trazer a tão almejada felicidade, como em uma relação de causa e consequência.
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