terça-feira, 7 de julho de 2015

Nos engarrafamentos da vida!

Entregue-se ao trânsito da existência, que é aquele onde não existem engarrafamentos ou a intolerância de gente xingando. Ainda que esteja perdido em quaisquer dos trânsitos da cidade grande, observe a dimensão da vida para além do pára-brisas que nos mantém separados do mundo. 

Acelere em direção a você mesmo e obedeça as placas que te indicam o sentido do fluxo obrigatório do perdão a quem te corta, a quem não sinaliza a intenção de mudar, de vida ou de faixa. 


Você é o trânsito. 

Sua vida é a via expressa de sentimentos com velocidades diferentes. Alguns estão indo, outros voltando. Eventualmente se chocam, provocando mortes ou ferimentos internos graves. Muitas vezes, freadas bruscas provocam susto. 

A sinalização do caminho insiste, inutilmente, que você deve prestar atenção às ultrapassagens. Os destinos se sucedem, as setas indicando os lugares que você sequer imagina como são. O som alto te impede de ouvir o barulho dos carros e o canto dos pássaros. 

Você viaja quase inconsciente, ao pensar no destino sem se preocupar com os prazeres e os perigos da estrada. Há todo um horizonte esperando para ser apreciado, mas você teima em olhar para o chão, como que ao contar os riscos brancos do centro da pista.

Você é o trânsito, porque no decorrer da viagem, quase sempre, percebe que não sabe onde quer chegar. 

E o destino não é necessário, desde que sejamos o próprio caminho.

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