segunda-feira, 20 de julho de 2015

Controlar o quê?




Quem de nós está disposto a aceitar suas próprias irresponsabilidades? Precisamos acertar sempre? Precisamos ser sempre perfeitos?

Bem, uma de nossas principais características é, internamente, nos cobrarmos demais pelas coisas. Nossa vida, em determinados momentos, é um poço de culpa por fazer, por não fazer, por deixar para amanhã, por não estar a fim de fazer. Tudo nos deixa mal. Se algo não sai como queremos, reclamamos. Se sai como havíamos imaginado, talvez não sejamos merecedores.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

A consciência do imutável





Toda a nossa consciência está focada naquilo que é mutável. O que é imutável não pode ser percebido por nós, viciados que estamos na impermanência. O mundo como o conhecemos muda a todo tempo, e quanto mais determinado fenômeno amplifica a sua capacidade de mutação, mais nos chama a atenção e nos atrai, porque reflete o turbilhão interno de pensamentos e emoções que vivenciamos a todo momento.

É por isso que o esporte é uma das atividades mais apreciadas no planeta. A base do esporte é o movimento e, muitas vezes, a violência, a competitividade, o individualismo. O quê dizer do futebol, por exemplo, no qual estão todas essas variáveis presentes? Estamos adictos ao impermanente, àquilo que não é, mas está e vai mudar no segundo seguinte.

Mas o que não percebemos é que o movimento só pode ser percebido se houver uma base imóvel que lhe sirva de referência. Atrás de todo esse movimento mental, emocional ou físico deve existir, obrigatoriamente, uma plano estacionário, onde as sombras dos movimentos são projetadas. Do jeito que estamos só vemos a sombra, não aquilo que é permanente por trás delas. Estamos hipnotizados pelo movimento pendular dos fenômenos externos.

Mudar tal ponto de vista pode ser desafiador. Recordo-me de quando era criança existiam uns livros que traziam imagens “escondidas”, que somente podiam ser vistas se ajustássemos o foco visual de determinado modo a fazê-las “aparecerem”. Às vezes era fácil, às vezes impossível. Do mesmo modo, devemos ajustar o foco da nossa consciência para além da impermanência, de modo a visualizar a realidade.


No permanente, e somente lá, conseguiremos acessar o mundo de maneira objetiva. Somente lá é possível encontrar a verdadeira felicidade.

terça-feira, 7 de julho de 2015

Morte e vida



Uma pessoa muito querida vem sofrendo muito pela morte de alguém muito importante em sua vida. Isso me levou a escrever algumas poucas linhas a respeito do tema.
Todos nós, cedo ou tarde, passamos pela experiência de “perdermos” alguém. A vida, embora todos saibamos ser passageira, nunca nos prepara para momentos da separação provocada pela morte. E a dor é maior quando se trata de uma mãe, um pai ou, ainda pior, um filho.

Aquilo que conhecemos acerca da morte é diretamente proporcional àquilo que conhecemos sobre a vida, isto é, muito pouco. Quem de nós pode dizer que sabe algo desse fenômeno chamado vida. De que é feita? E para quê? E como desconhecemos as respostas para tais perguntas, acabamos por ignorar o real sentido da morte.

Em verdade, a morte é um processo percebido por nós como terminal em razão da nossa incapacidade de enxergar a sua real natureza. E ela em nada difere da experiência a qual chamamos vida, neste plano. Na verdade, a existência em si é una. Todas as manifestações que percebemos como pensamentos, sentimentos, ou sensações como o frio, o calor, a luz, tudo isso provém de uma fonte única, que é tudo aquilo que existe e do qual tudo é feito.

Nos engarrafamentos da vida!

Entregue-se ao trânsito da existência, que é aquele onde não existem engarrafamentos ou a intolerância de gente xingando. Ainda que esteja perdido em quaisquer dos trânsitos da cidade grande, observe a dimensão da vida para além do pára-brisas que nos mantém separados do mundo. 

Acelere em direção a você mesmo e obedeça as placas que te indicam o sentido do fluxo obrigatório do perdão a quem te corta, a quem não sinaliza a intenção de mudar, de vida ou de faixa. 
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