terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Sul da Argentina - El Calafate e El Chaltén

A viagem ao sul da Argentina era um sonho nosso,  há muito tempo. Não dava pra perder a oportunidade de ir para lá, morando no país hermano. E aproveitamos uma pequenas férias de 15 dias para ir para a Patagônia Argentina e para o norte da Argentina também (o que será objeto de outro post).

Para que vocês tenham uma ideia de custos, essa foi a planilha enviada pela agência. Como nós somos residentes na Argentina, ela foi um pouco mais barata. Para estrangeiros, geralmente eles cobram algumas taxas a mais. O preço está expresso em Pesos Argentinos.




Vamos lá: O nosso primeiro destino foi El Calafate e a maior atração, como não poderia deixar de ser, o Glaciar Perito Moreno, mas isso fica para daqui a pouco. Vamos à cidade.





Primeira parada para alimentar nossos amigos caninos, uma constante por onde andamos.




El Calafate é uma pequena cidade, localizada na Província de Santa Cruz. Vive, basicamente, do turismo proporcionado pela grande quantidade de glaciares ao seu redor. Nós fomos no mês de outubro e pegamos um pouquinho do frio característico da região.

Como nós não conhecíamos a região, e não tínhamos ideia da infra-estrutura que encontraríamos, contratamos um pacote de viagem, em uma agência aqui de Buenos Aires, o que nos pareceu excelente. Eles foram super pontuais e cumpriram com tudo o que havia sido contratado. Apesar de não ser o nosso meio preferido de viagem, valeu a pena.

Ficamos hospedados no Hotel Mirador del Lago, que é um pouco distante do centro da cidade (embora tenhamos feito o trajeto a pé, até descobrir que poderíamos ter chamado um táxi do hotel). O hotel é bom, com exceção do café da manhã, que em nenhum lugar do mundo é como nos hotéis brasileiros.



O nosso primeiro passeio foi para o Glaciar Perito Moreno. E foi tão bom que pensamos que iríamos nos arrepender de tê-lo feito primeiro, pois como é que ficaria o resto da viagem, se resolvêssemos comparar com esse sensacional início? Bem, ainda bem que nosso prognóstico não se cumpriu e curtimos todos os demais encantos da viagem.

O Glaciar Perito Moreno já foi considerado por muito a oitava maravilha do mundo, e não sem motivo. É impressionante a sua magnitude e beleza. Uma amiga nossa, que havia feito a viagem, nos disse que se alguém não acredita em uma força superior, é porque não conhece o Glaciar. E é verdade. Ficamos sem palavras ao vê-lo pela primeira vez.

Pra chegar, é necessário entrar no Parque Nacional dos Glaciares. Nós fomos na van contratada pela empresa, mas é possível chegar de carro. O trajeto para o Parque é muito bonito, com vastas planícies. Uma atração à parte.






Chegando ao parque, se faz uma primeira parada em um mirante de onde já se pode ver o Glaciar. Mesmo à distância, já impressiona pelo seu tamanho e beleza. E por todo o lado,  há picos nevados, o que torna ainda mais interessante a visita. Não sei se durante todo o ano é assim, mas em outubro estavam todos brancos, cobertos de neve. A entrada para o Parque Nacional dos Glaciares custa AR$ 215,00.



Uma das opções, que recomendamos fortemente, é pagar por um passeio de barco que chega bem perto do Glaciar. É possível, a partir daí, ter uma idéia do tamanho do bloco de gelo, assim como perceber as diversas cores que ele apresenta, de um branco bem claro a um azul profundo. Bastante interessante. O barco é bastante seguro e é possível comprar boas fotos, de um grupo de fotógrafos profissionais que presta esse serviço.








Bem, feito o passeio, todos retornam para os ônibus/vans/carros e seguem destino, por mais alguns poucos quilômetros, para as passarelas que circulam grande parte do Glaciar. Para ingressar nas passarelas, não é necessário pagar mais nada, pois o passeio já está incluído no preço de entrada no parque. Escolha a passarela de acordo com o tempo que tiver, antes de anoitecer/chover, assim como a sua disposição, pois algumas tem quilômetros de extensão.

Chegando no local das passarelas, parada para um lanchinho. Lá tem uma super lanchonete, com uma variedade muito boa de itens. Hora de aproveitar!

Janaína estava com fome!!!

Bem, após encher a barriga, partimos para as passarelas, e o que posso dizer é que as vistas são impagáveis e inesquecíveis. Se você tem alguma dúvida sobre ir ou não ao Perito Moreno, eu sugiro que você decida agora que sim, sim, sim. Vá e não se arrependa.










Como dica final, aconselho que levem casaco e, se tiver frio nas mãos, levem luva, além do cachecol e gorro. Se não tivéssemos preparados, a visita não seria tão boa quanto foi, pois estava fazendo bastante frio.

Bem, retornando a Calafate, tínhamos o dia seguinte de folga, então resolvemos fazer um passeio diferente. Buscamos na internet e decidimos alugar um carro cedinho e fomos para uma cidadezinha bastante simpática chamada El Chaltén. Algumas características da cidade: é a mais nova da Argentina, tendo sido fundada em 1985, em razão do temor que a Argentina tinha de que o Chile tomasse aquela área. Outra coisa que a diferencia é que é uma das Mecas do Alpinismo. Desde a década de 1940, alpinistas de todo o mundo vão até lá para escalarem um sem número de picos e montanhas, dentre eles o famoso Fitz Roy, que é considerado por muitos o pico mais técnico do mundo.

A viagem em si já é uma aventura. El Chaltén fica a uns duzentos quilômetros de El Calafate, e a estrada margeia dois grandes lagos, o Lago Argentino (cujas margens fica El Calafate) e o Lago Viedma, mais próximo de El Chaltén. O impressionante são os ventos que sopram na estrada, o que explica a vegetação, que é composta por arbustos bem pequenos, já que qualquer outra árvore não suportaria aquele vento. Fique atento ao abrir as portas do carro. Abra uma de cada vez, caso queira parar para as inevitáveis fotos do caminho. Essa foi uma das dicas da locadora que se comprovou acertadíssima. E por falar em locadora, o aluguel lá não é barato, e demoramos um tempão para achar um carro disponível. Pagamos cerca de duzentos Reais por uma diária, mas valeu cada centavo.

Vá com tempo, pois as paisagens da estrada vão fazer com que você pare a cada instante.







Há uma parada tradicional na estrada chamada "La Leona". Paramos lá mas decidimos seguir viagem, pois o lugar estava lotado de turistas, com o mesmo destino que nós. Lá há diversas opções para quem não tomou café em El Calafate, ou para comprar um refri ou uma água. Há banheiros disponíveis.






Chegando a El Chaltén,  há um Centro de Turistas que é parada obrigatória. Lá tem guias e mapas que explicam quais as trilhas disponíveis, nível de dificuldade, cuidados. Enfim, tudo aquilo que precisávamos saber para decidir pela trilha que faríamos. Foi uma curta, pois não dispúnhamos de muito tempo, e seu início é bem atrás do centro de turistas, o que facilitou nossa vida. Esse dia estava especialmente frio. Pegamos 10 graus negativos. Uma dica interessante é se informar, pela internet, da temperatura, antes de sair de El Calafate, pois percebemos, durante a viagem, uma nítida queda de temperatura à medida em que nos aproximávamos de El Chaltén.






Recebemos nosso guia e partimos para a trilha, que durou cerca de duas horas. O frio, apesar de ser um incômodo, tornou mais interessante o caminho, cheio de picos e com muita neve.













A nossa trilha foi de principiante, mas para aqueles que dispõem de mais tempo, disposição e experiência, visite esse site, que tem informações de muitas outras trilhas. Nós curtimos muito!

Como tudo na vida tem suas dificuldades, ao voltar para o carro notamos que os faróis haviam ficado acesos. Nada demais, a não ser uma empurradazinha básica debaixo de neve! Mas o possante pegou e seguimos, agora sim, para conhecer a pequena cidade, criada entre grandes rochas.









Depois da trilha e de uma voltinha pela cidade, estávamos com muita fome. Encontramos, meio que por acaso, um restaurante que nos encantou, tanto pelo ambiente quanto pela qualidade da comida. Chama-se "La Tapera", e é o restaurante mais cosmopolita que já havíamos estado. De um total de  sete ou oito mesas, identificamos franceses, alemães, americanos, chineses (ou coreanos), além de outros que não temos ideia da procedência. O facebook deles é https://www.facebook.com/latapera.chalten.




Na volta, para manter acesa a tradição, Janaína encontrou mais um de seus amigos caninos, a quem deu da ração que sempre temos no carro.




No próximo post, vou falar sobre a continuação de nossa viagem, agora rumo ao fim do mundo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...